sexta-feira, 3 de outubro de 2008


O LHC vai gerar buracos negros?


O problema mecânico que afetou o Large Hadron Collider (LHC) após apenas alguns dias de operação despertou reações diversas. A julgar pelas reações que foram coletadas em sites e fóruns da internet, a maior parte das pessoas parece ter ficado surpresa, fazendo comentários na linha “como assim já quebrou?”. Os cientistas, que sabem de todos os problemas que inevitavelmente assolam equipamentos protótipos de altíssima tecnologia, mostraram-se resignados. Sabem bem que tropeços assim fazem parte de qualquer caminhada. Mas um grupo beeeem menor, formado por adeptos de teorias conspiratórias, deve ter sentido alívio. Afinal, há alguns anos circula subterraneamente uma previsão que atribui ao LHC a capacidade de gerar buracos negros. E, se isso realmente ocorresse, nosso planeta enfrentaria problemas
Buracos negros podem ser definidos como regiões do espaço que abrigam tamanha quantidade de massa que a atração gravitacional gerada suga tudo que estiver por perto. Nem a luz escapa. Esta descrição está mais próxima dos gigantes engolidores de mundos, aos quais nos acostumamos a associar o termo. Mas alguns físicos acreditam que minúsculos buracos negros poderiam existir, pelo menos teoricamente. É essa possibilidade que tira o sono do americano Walter Wagner, ex-trabalhador na área de segurança nuclear. Ele teme que as violentíssimas colisões experimentadas entre partículas viajando a 99,99998% da velocidade da luz dêem início a formação de um desses pequenos monstros.
O CERN, o órgão que construiu e opera o LHC, já fez vários estudos teóricos preliminares que excluem a possibilidade de que isso aconteça. Essa é a posição da imensa maioria da comunidade científica, que taxa de bobagem as alegações de Wagner. O descrédito, porém, não afetou o americano. Em março, ele e um colega, Luis Sancho, abriram um processo numa corte do Havaí pedindo que o CERN atrasasse a construção do acelerador, a fim de avaliar melhor os riscos de formação de micro buracos negros e de outros eventos potencialmente apocalípticos. O processo ainda tramita. Não se sabe se ele terá desdobramentos até o começo do ano que vem, que é quando a máquina deve voltar a operar.
O mais provável é que as coisas sigam como estão, isto é, com a maior parte dos cientistas julgando que o LHC é perfeitamente seguro. Em seu site porém, Wagner, continua na luta. E lista até um artigo cientifico feito por dois teóricos que sugere que o LHC não vai operar no fim das contas, porque seu funcionamento poderia alterar o futuro. Deu nó na cabeça?

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